Peço a permissão aos nossos leitores para escrever algumas palavras para o meu querido pai...
Outro dia, tive que fazer um memorial sobre o meu percurso como educadora e o que me levou a gostar dos livros e do tema que envolve a leitura.Simplesmente veio à memória a figura tão simpática, tão amiga de meu pai.
Lembrei de minha infância do grande incentivo que tive dele em relação aos livros. Vivíamos em um casarão imenso que possuia um jardim com várias plantas e diversas árvores frondosas, também um imenso quintal com vários animais soltos e alguns em cercados como marrecos, garças, seriemas, gansos, patos, galinhas e de um viveiro com algumas espécies de pássaros.Lembro de duas estantes lotadas de livros que ficavam no salão da casa.Tempo inesquecível!
Eu era muito feliz.Tive uma infância e uma adolescência com muita segurança, muito afeto e ótima educação, apesar das crises próprias da adolescência. Mas era compreensiva e obediente.
Meu pai sempre foi um incentivador da leitura. Eu e minhas irmãs ganhamos verdadeiros tesouros de coleções de livros. Também tínhamos o costume de 15 em 15 dias de ir ao aeroporto passear e trazíamos várias revistas em quadrinhos.Era uma festa!
Descobri que gostava de ler e virei leitora.Na infância, gostava de ouvir as histórias dos contos de fadas e sabia contá-las muito bem.Li outros autores indicados pelo meu pai como Machado de Assis, José de Alencar, Lins do Rego,Graciliano Ramos.Com 15 anos já tinha lido vários livros.A leitura incentivada pelo meu querido pai me levou a contar , criar, inventar histórias que eu mesma me intitulava autora para as minhas irmãs.Sou uma boa contadora de histórias e a paixão pelos livros continua até hoje.
Devo a minha formação cultural e moral ao meu pai. Nunca nos deixou faltar nada. Acho até que tínhamos em excesso muitos livros, revistas, brinquedos e duas professoras, uma para nos ajudar nos deveres da escola e a outra para as aulas de piano. Além do gosto pela leitura, meu pai é um homem que prima pela ética, pela educação e princípios de boa convivência. Seus ensinamentos valeram muito para a minha vida. Tinha um gosto musical apurado e gostava de tocar as músicas do Roberto Carlos ,no piano, sem partituras.Apreciava os bons filmes e sabia sobre a vida de várias artistas que apreciava.
Era amigo, mas sabia impor sua autoridade e foi cuidadoso em demasia fazendo um controle rigoroso com horários, estudo, namoro, não deixava eu ( a mais velha) e a minha irmã (a segunda) sair sozinha e nem frequentar festinhas.Hoje, reflito e vejo que foi tudo por uma questão de zelo, de pura proteção para nos poupar de algum perigo.Minhas outras duas irmãs ( a terceira e a quarta) , não pegaram a época do controle tão ferrenho.A própria modernidade fez mudanças no comportamento de meu pai.
O tempo passou...chegou a velhice. Do homem ativo, que tocava piano, que gostava de livros e filmes, hoje,está velho e precisa de nossa atenção e cuidados.Mas não perdeu a sensibilidade para recordar o passado e sempre me conta fatos de sua juventude, da sua família, das lembranças daquele casarão de imensas janelas e de portão pesado que dava acesso ao jardim...
No "Dia dos Pais", domingo 14/08, quero agradecer ao meu amigo, ao meu querido pai pelos ensinamentos e educação que transmitiu a mim para que eu me tornasse uma pessoa melhor.Aprendi muito com ele e só tenho que agradecer por tudo...MUITO OBRIGADA, MEU VELHO!
A todos os pais do meu BRASIL e dos outros países que nos acompanham, fica aqui ,o nosso abraço amigo pelo dia da homenagem.Ser pai é uma missão maravilhosa, lamento que muitos homens não saibam a dimensão do que é ser verdadeiro pai, no papel realmente de amigo, companheiro, cuidador, educador...
Nenhum comentário:
Postar um comentário